Quais as minhas possibilidades de investimentos no exterior?

As opções são vastas. No Brasil é possível negociar ativos estrangeiros pela B3 por meio de BDRs e ETFs. Investir diretamente também é uma opção viável.

BDRs: são certificados de depósitos que, na prática, equivalem às ações negociadas no exterior. Uma instituição como o Mellon cobra uma taxa e oferece esse serviço. BDRs são tributadas em 15% sobre o ganho de capital, sem isenções. Além da tributação usual, existem dois pontos negativos a serem observados:

  • Taxa paga ao custodiante que flutua entre 3% a 5% sobre o dividendo recebido;
  • Alíquota que varia entre 7,5% a 27,5% sobre os dividendos, pagos ao governo brasileiro.

Investimento direto: nesse caso, o investidor brasileiro e/ou residente cria uma conta numa corretora no exterior. A tributação depende de cada país, mas com os Estados Unidos, por exemplo, há um tratado onde o investidor brasileiro paga ao fisco do Brasil, com exceção dos dividendos, que são tributados diretamente na fonte pelo tesouro americano. Há isenção no ganho de capital em até R$ 35 mil/mês. Para ganho de capital superior a R$ 35 mil, a alíquota é de 15%.

Além disso, por meio de corretoras americanas, é possível investir em ADRs, que são recibos de ações não americanas negociadas nos Estados Unidos (equivalente aos nossos BDRs).

No lado negativo, para transferir o dinheiro para o exterior normalmente são cobrados IOF (retidas pela Receita Federal) e uma taxa administrativa (spread).

ETFs: são negociados tanto na B3 quanto em bolsas estrangeiras como a NYSE, e oferecem exposição às mais diversas classes de ativos: índices gerais como o S&P 500, setores específicos da bolsa, títulos de renda fixa e até mesmo ativos temáticos. Podem ser ativos ou passivos. Os fundos passivos removem vieses humanos e oferecem um retorno em linha com o mercado que replicam. O VOO, por exemplo, simula o desempenho de todas as ações do S&P 500, mas a um custo de 0,03% a.a. sobre seu patrimônio líquido.

Via de regra, os melhores ETFs de renda variável reúnem diversificação e baixas taxas de administração (idealmente abaixo de 0,15% a.a.). No caso de ETFs de renda fixa, é possível investir em títulos do governo ou de empresas com diferentes maturações, yields, geografias e riscos.

Também é possível investir por meio de fundos que aplicam no exterior. Podem ser bons veículos de investimentos, mas as taxas de administração e performance costumam ser elevadas, prejudicando a rentabilidade do investidor no longo prazo. Alguns fundos são excepcionais e capazes de gerar alfa ao longo do tempo, mas, na média, o desempenho da indústria não é satisfatório, tanto no Brasil como no exterior.

Vale ressaltar que, conforme a MP 1171/23, a partir de 2024, os rendimentos oriundos do exterior superiores a R$ 6 mil por ano serão tributados entre 15% a 22,5%, a depender da faixa de renda.